terça-feira, 15 de dezembro de 2015

JUNÇÃO DAS MINAS

Ainda em Porto Alegre, antes de partir, tive a honra de conhecer as minas do Junção das Gurias, um movimento realizado por mulheres na cena Hip Hop.
Dentro de um contexto, onde as mulheres são pouco valorizadas, com letras machistas e ofensivas, além de pouco espaço para as artistas exporem seus trabalhos, grafiteiras, rappers, mc's, cantoras e compositoras se uniram e fundaram o Junção pra que as mulheres tenham voz ativa e ocupem cada vez mais seu espaço.  Essas são adaptações de palavras delas, eu diria que é um baita pé na porta o barulho que elas fazem, o espaço que elas ocupam e a quantidade de público que conseguem atingir.

Recentemente, as Gurias gravaram uma coletânea só com som de mina e está disponível pra quem quiser ouvir no soudcloud, só acessar o link Junção das Gurias. No último sábado teve um evento organizado por elas pra arrecadar grana pra custear o disco, eu fui e registrei um pedacinho.....

Mesmo quem não simpatiza com o tema, respeita a veia musical e admite que o material é foda. Além de fazerem a diferença e o corre todo pra construir uma sociedade melhor, são talentosas e mandam muito, que orgulho dessas minas! Encerro o post como comecei, com palavras delas:
"Que sirva de inspiração para que as mulheres se unam cada vez mais em prol da transformação social através da arte, cultura, lazer e do feminismo, propiciando encontros onde há muito compartilhamento de ideias, sonhos, projetos e muita informação.






sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

EU PASSARINHA...

Tanta coisa pra falar, eu não tinha ideia de como começar. Começo então me apresentando. Me chamo Gabriela, tenho 25 anos, sou natural de Porto Alegre  e fui, durante boa parte da minha vida pensante, vítima do sistema. Cresci no interior e, como a maioria de nós, tive a mente abarrotada de besteiras e informações inúteis, pela mídia manipuladora, pelo ensino conservador e o pensamento capitalista coletivo, além da mentalidade fechada de cidades pequenas, onde o novo é tratado como negativo...Durante muito tempo sofri com a repressão sutil da sociedade. Ouvindo coisas do tipo: "Menina não faz isso", "Parece um gurizinho", "Menina tem q se comportar", "Ela não se dá ao respeito" e essas coisas, mas o pior é q eu acreditava e, pra mim, essas ideias eram verdades, eu era uma mina machista, pode? Pois é, ainda bem q eu caí em mim e acabei entendendo como é que, de fato, o sistema funciona, mas não pensem q foi fácil. Foi um caminho árduo e doloroso de reconstrução de ideias, dando murros em pontas de faca (agradeço aqui aos amigos, que tiveram muita paciência e me foram compreensivos), mas hoje sou imensamente mais feliz do que àquela época. Hoje sou livre. Meu corpo e minha mente me pertencem e só a mim.

Mas assim como eu, muitas mulheres ainda creem na sociedade machista e "suas verdades". Criei esse blog pra disseminar uma ideia que me fez imenso bem, pra que mais mulheres se sintam como eu hoje. No meu caso foi sussa, mas tem muita mulher que sofre abuso e que é repreendida, sufocada dentro desses ideais aceitos pela sociedade e é por essas e outras que caímos na real e estamos nos mobilizando e nos unindo contra o machismo nosso de cada dia. E a palavra de ordem é: NÃO PASSARÃO.