quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Bota a cara no sol, nega

Esse post surgiu quando estava respondendo à uma pergunta de alguém que, como eu há um tempo atrás, estava apreensiva pra viajar. Não sei se é o caso dela, mas eu tinha medo de viajar e sentia muito a pressão negativa que você sente quando alguém diz que você não pode viajar porque é mina ou porque tem pouca grana. 
A pergunta era: " como você fez para viajar sem grana? rola mesmo? e se der tudo errado? eu sinto vontade de fazer isso mas fico pensando nos imprevistos".
Isso me trouxe tantas coisas que aconteceram e que justificariam o SIM e que me deixariam mais tranquila se estivesse no lugar dela, que não consegui responder com 150 caracteres.
Acontece que, na verdade eu planejei muito pouco então imprevisto não pode ser usado aqui, mas é óbvio q nem tudo vai sair como você espera em uma viagem assim. Eu optei por uma viagem "colaborativa" pq não tinha grana, mas tava precisando mesmo espairecer e, principalmente, ficar sozinha. 
Entre decidir viajar e sair de casa, foram uns 15 dias. Qdo decidi: "ok, vou fazer minha primeira viagem sozinha" entrei em grupos de mochileiros e postei minha ideia de trajeto, pedi dicas e a galera começou a me dar ideias de que fazer, pra onde ir e oferecer couch. Isso foi o gatilho, fiquei com muito mais vontade de ir e de conhecer mesmo com o orçamento apertado. 
Pra minha primeira viagem assim, optei por um destino que considerava menos complicado, mas que, mesmo assim, tivesse uma adrenalinazinha por ser totalmente novo e muito diferente: um país próximo. Fiz as malas e parti. Como não tive uma boa experiência com carona no Brasil, optei por ônibus pra chegar à capital Argentina e encontrar as únicas pessoas que eu conhecia lá: um casal muito gente boa que eu conheci aqui no Brasil durante meu primeiro mochilão. Depois de Buenos Aires, eu iria à Córdoba passar um tempo em uma ecovila e ficar mais na minha, fazer uma introspecção. Mas aí eu não tinha grana pra chegar até Córdoba e precisava pegar carona. Como tudo flui naturalmente e o universo conspira com o viajero, antes de sair do Brasil, em um desses grupos, uma mina estava procurando companhia pra pegar carona de Buenos Aires até Córdoba, hahah.
Nos encontramos como combinado, mas as nossas energias não estavam na mesma onda e nos separamos na beira da estrada. Como fomos pra um ponto onde a galera costuma pegar carona e encontramos mais três pessoas, uma mina que viajava sozinha e outra que viajava com um malabarista, esses dois últimos estavam indo pra mesma cidade que eu e, quando um carro parou e tinha três lugares, fomos juntos. 
Como eu disse, em viagens assim, praticamente nada sai como o planejado e uns 30 ou 40km depois pegarmos a carona, paramos em um posto de gasolina e percebemos que um pneu estava furado, desviamos do caminho para trocar o pneu em Rosário, cidade linda que não teria conhecido, não fosse o incidente.
 
Esse é o Ricardo, nosso caroneiro gente bueníssima

Chegando em Villa María (cidade de Córdoba pra qual eu ia), tinha um couch (que eu não conhecia e, confesso, estava meio apreensiva), mas o brother foi me buscar com a mãe, de moto e eu fui pra casa na carona dela enquanto ele levava minha mochila (passou toda a tensão que eu poderia ter naquele momento). Passamos umas horas juntos e parecia que éramos amigos de longa data, nos tornamos amigos e viajamos juntos para as serras de Córdoba. Mas isso é assunto pra outra história.

Pra quem tem vontade, mas está com receio eu deixo minha experiência: garanti aquelas coisas que me deixavam ansiosa, que no meu caso era ficar sem grana pra voltar. Garanti a grana da volta e economizei bastante dentro do país. É importante explicar pras pessoas que você conhecer pelo caminho que seu role é mais econômico pra que te chamem pra reunir a galera num parque e comprar comida e bebida junto ao invés de te chamarem pra um bar caríssimo e badalado. Não eu não passei fome, não eu não passei perrengue. Meio planejado, meio sem plano, deu tudo muito certo. E a sua também vai dar, se joga.











sábado, 7 de janeiro de 2017

Adivinha quem voltou

Alou galera, tudo belezinha? Sei que andei sumida e que há muito não tem uma movimentação por aqui, mas o blog se chama MINAS DE ROLE, então não faz muito sentido falar de coisas que não sejam relacionadas ao assunto e, esse ano pra mim, foi um ano muito introspectivo e de autoconhecimento, senti que precisava desse tempo e fiz. Aliás, vou falar um pouco da minha aprendizagem também, porque sei que tem gurias por aí que tem os mesmos dilemas que eu. Acredito que todos somos seres em constante mutação, quanto mais vivemos, conhecemos e aprendemos, mudamos nossa maneira de ver a vida e, óbvio, como nos portar e como reagir ao que acontece, de bom ou de ruim.

O ano 2016 pra mim particularmente foi de muito aprendizado. Aprendo bastante e o tempo todo, mas nesse ano aprendi muito comigo, é comigo. Super egocêntrica, né? Não é bem assim. Olhando pra dentro pude perceber traços da minha personalidade e coisas que eu gosto em mim, que me fazem bem, coisas que não só eu, mas várias pessoas do meu convívio não curtiam muito, comportamentos meus que eram como defesa e que, não necessariamente eram ruins só porque não agradavam a gregos e troianos, mas quer saber, nem Jesus agradou a todos, quiçá eu que sou uma reles mortal...

Durante esse tempo que passei mais reclusa, trabalhei várias questões e não vou citar todas aqui porque são muito íntimas e particulares, mas se alguém estiver no mesmo momento e quiser falar sobre isso, estou super aberta pra conversar, manda email, chama aí que conversar é muito bom e um dos meus passatempos favoritos.

Da aprendizagem que quero compartilhar com vocês começo com minha visão de mim mesma. Analisando minhas relações pessoais (amizade, família, namoro....essas que fazem parte do cotidiano) percebi que sou bem altruísta, não meço esforços pra fazer quem eu gosto feliz, não gosto de causar desconforto (considerando pequenos atos do dia-a-dia que nem percebemos, como quando temos um amor novo e deixamos o amigo que está sempre junto de lado, ou quando o convidamos pra sair junto, mas não paramos de beijar um segundo; não faltar trabalho quando temos algum desconforto e por aí vai) só que eu percebi que quando pensava em outras pessoas nessas situações eu estava me deixando de lado, em segundo plano, oi? Parou, né? Eu sou a pessoa mais importante da minha vida, eu me amo e confio em mim, pra começo de conversa.
O que nos leva a segunda parte igualmente importante que era a de não me sentir forte o suficiente pra viajar sozinha, ou seja, o principal motivo pelo qual criei esse blog, e essa história de não me sentir apta a exercer o principal direito do cidadão (o de ir e vir) por ser mina é simplesmente ridícula. Não é de hoje que percebi que vivo muito bem sozinha, considero minha melhor versão de mim.
E é aí que essa nova história começa. Estou voltando da minha primeira viagem fora do país que também é minha primeira viagem sozinha, primeira de muitas, devo dizer, foi tudo tão sensacional que eu volto com vontade de sair de novo. Agora me encontro em Alegrete (ainda não cheguei em casa) acabo de voltar ao Brasil e tenho muitas histórias pra contar, mas vou organizando as coisas e postando devagarinho, acompanha aí que vai ser lindo.