quarta-feira, 2 de março de 2016

Não é normal

Nívea nasceu no interior do RS, a mãe teve depressão pós parto, tios e avós deram o suporte necessário, aos doze anos foi morar com uma tia em Porto Alegre. O exemplo feminino que ela teve em casa foi uma mulher ingênua que, da roça foi trabalhar e morar em uma casa de família numa metrópole nos anos 60. Mulher essa que sempre foi submissa aos homens: primeiro o pai, depois o patrão autoritário que controlava até seus bate-papos no portão e depois o marido. De POA, aos 18 anos, Nívea seguiu os passos da tia e foi trabalhar em uma casa de família no Rio de Janeiro.
Hoje, ela mora em uma comunidade do Rio com o "companheiro". Usei aspas porque a relação dos dois está longe de ser uma relação de companheirismo. Convivendo com o casal, pude perceber que não há amor de nenhuma das partes. Ele não é carinhoso, é autoritário, ela se submete às suas vontades e ele tem uma empregada com quem divide as contas da casa. Pra ele é muito conveniente manter esse relacionamento, já a Nívea precisa entender que não deve nada a ninguém e que não precisa permanecer a mercê desse relacionamento. Pode ser a distância da família, por medo de ficar sozinha ou por acreditar que isso é natural e é assim que acontece que ela não muda a própria história e o pior é que tem muita Nívea por aí que ainda acha normal esse tipo de relacionamento abusivo e que continua vivendo assim, enquanto pra algumas de nós é absurdo. Vamos fazer com que elas saibam que não é normal e que elas não estão sozinhas.
Feliz em receber visitas que  finalmente eram pra ela (não dava pra dizer que não como presunto nem calabresa, passei mal durante dois dias, mas valeu a pena)

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